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08/04/2015
A caminho do Campo Base

Namche Bazaar

Segue relato do Rosier direto de Namche Bazaar
Dia 4 de abril
Hoje madrugamos, acordamos às 5h e em menos de dez minutos estávamos na recepção entregando nossos bags e entrando num micro ônibus que fez nosso transfer ao aeroporto. Saímos do hotel às 5h20 e fomos direto ao aeroporto pegar nosso voo para Lukla. Foi um dia muito cansativo, na noite anterior fiquei vendo vários equipamentos e arrumando os bags e essa diferença de fuso horário (8h45m) me ferrou, dormi quase nada e já levantei correndo. Quando chegamos ao aeroporto, a bagunça de 2014 se repetia, embarcamos em meios aos escombros de uma obra de reforma do aeroporto, uma promessa de melhoria. Apesar da desorganização aparente, não demorou muito para pesarem nossos bags e mochilas, logo depois nos revistaram do modo antigo, alisando o corpo dos pés á cabeça. Cá estou eu, mais uma vez embarcando para Lukla, o aeroporto mais perigoso do planeta. A única diferença de 2014 é que desta vez o Davi está comigo, mas o avião parecia o mesmo, velho com a pintura estragada. Quando entrei no avião eu já sentia embrulhos no estômago de sempre. O avião lotado de passageiros e bagagens, decola e aponta pra cordilheira. E lá estamos nós, raspando alguns picos! O avião entra numa zona de turbulência assustadora que só aumenta o meu medo (que já é grande). Mas ainda bem que dura poucos minutos e já estabiliza mais uma vez. Depois de 28 minutos de voo, ele entra num corredor com altas montanhas em ambos os lados, em pouco tempo surge uma montanha na frente, não vemos mais saída, surge na encosta da montanha Lukla... Eis que o piloto se prepara para um pouso sem alternativas de arremetidas, a pista está abaixo do avião, ele mergulha de bico para o pouso de uma forma assustadora. A pista é uma ladeira inclinada, quando ele chega em cima da pista levanta o bico do avião e bate nela de forma violenta, balança de um lado pro outro quase fazendo um “cavalo de pau”, mas o piloto consegue alinhar e frear para não bater direto no paredão em frente. Pousamos em segurança! Ufa! É bom estar vivo! Conforto nem pensar, mas pra que isso se estamos vivos?! Soltei um grito de alegria e alívio, vi que meus amigos também inflaram os pulmões mostrando que estavam também apreensivos.
Chegamos a Lukla (2.800m). Desembarcamos já sendo empurrados por um militar para o pátio do aeroporto, mostrando que a operação precisa ser ultra-rápida, pois o clima ali normalmente não permite operação a tarde, a manhã fica curta para atender a demanda por voos. Saímos do terminal, contornamos a cabeceira da pista e fomos para o restaurante de apoio onde tomamos um bom café. Às 8h40 já estávamos todos na calçada do restaurante colocando mais roupas para se proteger do frio e arrumando a mochila para começar nossa caminhada de aproximação do Everest. Iniciamos nossa caminhada de aproximação e fomos de Lukla (2.800m) a Phakding (2.650m) onde dormimos neste primeiro dia de caminhando quando ainda não ganhamos altitude, até perdemos um pouco, apesar de muito sobe e desce, descemos mais que subimos.
Dia 5 de abril
Nosso segundo dia de caminhada. Iniciamos ainda em área bastante urbanizada com diversos comércios e pequenas pousadas e, depois de duas horas, entramos no Parque Nacional Sargamatha. Deixamos a parte mais urbanizada da trilha para trás e começamos a subir pra valer. Depois de 4h30 de muita subida chegamos a Namche Baazar (3.450m), a capital do Vale do Khumbu, onde vamos dormir por três noites. Nanche Bazar, como o próprio nome diz, é um bazar e dos bons. Aqui encontramos desde mochila até a mais moderna placa solar, sem falar dos dzo (é um cruzamento de vaca com iaque), um animal baixinho e forte utilizado para transportar carga nas áreas mais baixas da montanha e que, quando estão de folga, circulam livremente nas ruas estreitas subindo as escadarias de pedra sem respeitar a ninguém. Seus chifres afiados assustam, mas são pacíficos. Namche é um lugar pitoresco, daqueles que temos vontade de ficar por um bom tempo apenas vendo o movimento.
Dia  6 de abril
Fizemos uma longa subida, passamos pelo Syangboche Airport, uma pequena pista de pouso para pequenos aviões e helicópteros e seguimos em frente até o Everest View Hotel (3.880m), onde tomamos um chá quentinho enquanto curtimos uma belíssima paisagem do Everest (8.848m), Lhotse (8.516m) e Ama Dablam (6.812m). Eu voltei a ver o Everest e me emocionei mais uma vez, Davi viu pela primeira vez e também curtiu muito o belo visual.
Dia 7 de abril
Mais um dia de caminhada bem pesada, passamos mais uma vez pelo Syangboche Airport, viramos à esquerda e continuamos subindo em trilhas estreitas em meio a um bosque até chegar a base de um paredão que dava acesso para uma aresta que, que com muito suor, nos levou até um mirante a 4.000m de altitude de onde tínhamos uma bela visão do Khunde, Khumjung e outros pequenos vilarejos na região além de diversas montanhas.
Este sobe e desce é parte do nosso processo de aclimatação. Amanhã seguiremos em frente e vamos dormir em Debuche.
Logo que o tempo e a internet nos permitir, voltaremos a dar notícias.
Namastê!
Rosier Alexandre e Davi Saraiva.
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